A interdição de uma ponte supostamente atingida por uma embarcação obrigou o governo do Pará, a prefeitura de Belém (PA) e a Marinha a mobilizarem esforços conjuntos para garantir o transporte de veículos e pedestres entre a área continental da capital paraense e a Ilha do Outeiro, distantes cerca de 18 quilômetros.

A ponte foi interditada ainda na manhã da segunda-feira (17), logo após as autoridades serem alertadas de que um pedaço da Ponte Enéas Martins, mais conhecida como Ponte de Outeiro, que cruza o Rio Maguari, ligando os distritos de Outeiro e Icoaraci, tinha se desprendido. Segundo o governo estadual, testemunhas afirmam ter visto uma balsa se chocar contra o pilar central da ponte. 

Ainda de acordo com o governo estadual, um dos pilares de sustentação da ponte se desprendeu e uma rachadura se abriu na pista. Temendo que a estrutura toda ruísse, técnicos do Corpo de Bombeiros, das Defesas Civis estadual e municipal, da Polícia Civil e da Marinha concordaram que, por segurança, a passagem de veículos e pessoas devia ser interrompida, bem como a navegação próxima ao local.

Equipes do Corpo de Bombeiros fazem avaliação dos danos causados em estrutura
Equipes do Corpo de Bombeiros fazem avaliação dos danos causados em estrutura

Equipes do Corpo de Bombeiros fazem avaliação dos danos causados em estrutura – Jader Paes / Agência Pará

Uma força-tarefa com representantes de vários órgãos públicos foi montada para organizar as ações implementadas para minimizar os transtornos à população. Segundo a prefeitura de Belém, mais de 2 mil pessoas moram no distrito de Outeiro, mas, nos finais de semana e nas férias, o local costuma receber muitos turistas atraídos pelas praias e pela orla urbanizada da ilha, que, nestas ocasiões, pode concentrar cerca de 5 mil pessoas. A principal ligação entre a ilha e a área continental é a Ponte Enéas Martins.

Já na segunda-feira, o governo estadual disponibilizou uma balsa com capacidade para transportar, gratuitamente, 600 passageiros e 75 carros. Na terça-feira (18), uma segunda embarcação, com capacidade para 480 pessoas e 65 veículos foi acionada. Os dois ferryboats estão cruzando o Rio Maguari ininterruptamente, mas o governo paraense já anunciou a intenção de providenciar, ainda hoje (19), uma terceira embarcação, além de lanchas rápidas, para transportar apenas as pessoas.

Ontem, o governador Helder Barbalho usou suas redes sociais para justificar as ações. “Sabemos que é necessário garantir transporte fluvial para que possamos dar dignidade às pessoas, para que elas tenham direito a acessar à ilha e [seguir com] sua rotina de trabalho e de estudos”, disse Barbalho antes de garantir que o governo estadual já consultou o Ministério Público e o Tribunal de Contas estaduais sobre a contratação de uma empresa para reparar os danos à Ponte do Outeiro.

“Também já fizemos contato com a Capitania dos Portos e estamos [trabalhando] para termos, até amanhã [hoje], uma solução que permita termos navios saindo do Terminal Hidroviário de Belém e lanchas rápidas do terminal de Icoaraci para [a Ilha de] Outeiro”, acrescentou o governador.

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as causas e os responsáveis pelo acidente. Uma balsa suspeita de ter colidido com a ponte foi apreendida na noite de segunda-feira e está sendo periciada. Os tripulantes da embarcação já prestaram depoimento e negaram ter se chocado contra a estrutura. Pessoas que moram próximas ao local e outras testemunhas também já estão sendo ouvidas. A Capitania dos Portos também instaurou inquérito administrativo.

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