Quando a norte-americana Erin Jackson cruzou a linha de chegada dos 500 metros femininos nos Jogos Olímpicos de Pequim, neste domingo, ela não apenas ganhou o ouro, mas se tornou a primeira mulher negra a ganhar uma medalha na história da patinação de velocidade.

“Acho que o que ela fez será um trampolim para dar a tantas meninas e meninos a oportunidade de admirar alguém que eles não foram capazes de olhar e se relacionar”, disse a colega de equipe Brittany Bowe sobre Jackson após a corrida.

“Isso vai muito além do que qualquer um de nós poderíamos ter imaginado, quantas pessoas, especificamente garotinhas, ela vai tocar (os corações) depois dessa performance”, acrescentou Bowe.

Jackson, que foi explosiva na linha de partida e seguiu com uma volta rápida ao redor do Oval Nacional de Patinação de Velocidade, espera que seu sucesso inspire outros como ela a ir para a neve e o gelo.

“Espero que possamos ver mais minorias, especialmente nos EUA, praticando alguns desses esportes de inverno, e espero ser um bom exemplo”, disse Jackson.

Em um esporte tipicamente dominado por países nórdicos e, mais recentemente, pela Holanda, ela seguiu os passos do compatriota americano Shani Davis – o primeiro atleta negro a ganhar o ouro na patinação de velocidade – adicionando um pouco de diversidade ao pódio.

“Isso apenas envia a mensagem de que, se você seguir seu coração e sua paixão, pode levá-lo a qualquer lugar. Você pode fazer o que quiser”, disse o técnico Ryan Shimabukuro.

“Você não precisa estar preso a nenhum tipo de barreira. Acho que isso motivará e inspirará muito da comunidade afro-americana, assim como Shani David fez em 2006 e 2010”, acrescentou.

Dito isto, Jackson, de 29 anos, cujas raízes atléticas são baseadas na patinação e que parece alternar perfeitamente entre rodas e lâminas dependendo da estação, também simplesmente adora a velocidade do esporte.

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