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Aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) têm feito lançamentos diários de cargas, os chamados ressuprimentos aéreos, para enviar mantimentos às aldeias indígenas Yanomami, no oeste de Roraima. Até o momento, a bordo dos aviões KC-390 e do C-105 Amazonas, foram realizadas as entregas de aproximadamente 120 mil lotes de cargas entre cestas básicas e medicamentos, que têm atendido às comunidades indígenas, incluindo a Casa de Assistência ao Indígena de Surucucu, onde fica um pelotão de fronteira do Exército Brasileiro. A região é uma das mais atingidas pelos efeitos do garimpo ilegal, que tem agravado o adoecimento de indígenas, além do aumento da violência. 

A reportagem da Agência Brasil acompanhou o lançamento realizado nesta quinta-feira (2), a bordo do cargueiro KC-390, que sobrevoou o polo-base de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, a maior área indígena do país.  

Malocas de aldeias Yanomamis na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, Oeste de Roraima, avistadas em sobrevoo da Força Aéra Brasileira para lançamendo de suprimentos em ajuda humanitária.
Malocas de aldeias Yanomamis na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, Oeste de Roraima, avistadas em sobrevoo da Força Aéra Brasileira para lançamendo de suprimentos em ajuda humanitária.

Lançamento aéreo de suprimentos às aldeias indígenas yanomami – Fernando Frazão/Agência Brasil

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Segundo a FAB, os suprimentos são lançados de aproximadamente 200 metros de altura e chegam ao 4º Pelotão de Fronteira (4º PEF – Surucucu), com a ajuda de paraquedas instalados nos CDS, sigla do inglês para Container Delivery System, contendo os lotes de cestas básicas e medicamentos. Ao todo, o voo dura cerca de duas horas, entre a decolagem e o pouso na Base Aérea de Boa Vista.

A montagem e preparação dos mantimentos são feitas em conjunto pela FAB e o Exército Brasileiro, por meio do Batalhão de Dobragem, Manutenção de Paraquedas e Suprimento Pelo Ar (DOMPSA). São eles que executam todo o trabalho de instalação de paraquedas, que suporta até 227 quilos, bem como o recolhimento do material em solo.

Rios contaminados têm coloração e margem afetados pela atuação de garimpo ilegal na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, Oeste de Roraima, avistados em sobrevoo da Força Aéra Brasileira para lançamendo de suprimentos.
Rios contaminados têm coloração e margem afetados pela atuação de garimpo ilegal na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, Oeste de Roraima, avistados em sobrevoo da Força Aéra Brasileira para lançamendo de suprimentos.

Rios contaminados pela atuação do garimpo ilegal na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, avistados em sobrevoo da FAB – Fernando Frazão/Agência Brasil

Durante a viagem, foi possível observar, do alto a existência de marcas do garimpo ilegal na Terra Indígena. Áreas desmatadas e lagoas formadas pela ação de mineração disputam a paisagem com a imensidão da floresta preservada. A coloração de alguns rios, com um forte tom de marrom, denuncia a ação do garimpo, quando comparadas com outros cursos d'água de cor mais escura e natural.

Desde ontem, a FAB ativou a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) sobre o espaço aéreo da TI Yanomami, em Roraima, com base no decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para atender a esta missão, foram criadas três áreas de controle do espaço aéreo na localidade. Aeronaves não identificadas ou não autorizadas evoluindo em determinada porção do espaço aéreo poderão ser interceptadas e estarão sujeitas à aplicação das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), que incluem pedidos de mudança de rota e até tiros de advertência e tiros de detenção, que causam danos à aeronave e a obrigam a fazer um pouso forçado. Até o momento, a corporação não reportou nenhum caso de invasão do espaço aéreo restrito.

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