Um estudo publicado na revista científica The Lancet – Infectious Diseases por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, reforça as evidências de que a estratégia de soltar mosquitos com a bactéria Wolbachia reduz a incidência de doenças como a dengue e a chikungunya.
“Nossos resultados oferecem mais evidências de que wMel [mosquitos com Wolbachia] podem reduzir consideravelmente o peso – para o sistema público de saúde – de diferentes arboviroses [doenças] em uma mesma comunidade. O estabelecimento da wMel em comunidades urbanas complexas como o Rio de Janeiro é um grande desafio, e entender por que sua introdução em populações de Aedes aegypti é mais rápida e mais homogênea em algumas localidades que em outras vai ajudar a viabilizar seu sucesso no futuro”, diz o artigo, que relaciona a liberação dos mosquitos com uma redução de 38% na incidência de dengue e 10% de chikungunya.
A pesquisa foi feita em parceria com o World Mosquito Program (WMP/Brasil), iniciativa que, no Brasil, é conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre 29 de agosto de 2017 e 27 de dezembro de 2019, 67 milhões de mosquitos foram liberados em cinco áreas da zona norte do Rio de Janeiro, que incluem a Ilha do Governador, Ilha do Fundão, Complexo da Maré, Ramos, Penha e Vigário Geral.
Mosquitos liberados
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A pesquisa foi feita em parceria com o World Mosquito Program (WMP/Brasil), iniciativa que, no Brasil, é conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre 29 de agosto de 2017 e 27 de dezembro de 2019, 67 milhões de mosquitos foram liberados em cinco áreas da zona norte do Rio de Janeiro, que incluem a Ilha do Governador, Ilha do Fundão, Complexo da Maré, Ramos, Penha e Vigário Geral.
Até dezembro de 2019, 29 meses após o início das liberações, a Wolbachia apresentou prevalência entre 27% e 60% na população de mosquitos analisada. Um efeito protetor para a população foi observado mesmo em áreas em que a prevalência da Wolbachia foi mais baixa (10%), já para locais em que a prevalência de wMel foi superior a 60%, a proteção chegou a 76%, o que é comparável aos resultados publicados anteriormente (utilizando métodos diferentes) do município vizinho de Niterói e da Indonésia.
A fundação acrescenta que, em 2021, dados que mostraram a eficácia da proteção garantida pela Wolbachia foram divulgados pelo WMP/Brasil, apontando uma redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção.
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