Pandemia da Covid-19 pode agravar casos de ansiedade e gerar uma nova onda de doenças mentais no país, diz especialista

Dados liberados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que o Brasil lidera o ranking de ansiedade no mundo. De acordo com a pesquisa, no país, mais de 18 milhões de brasileiros já sofriam com esse mal antes do surgimento do novo coronavírus. Com a pandemia da Covid-19 e todos os transtornos ocasionados pelo isolamento social e a doença em si, os casos relatados aumentaram e a tendência é que nos próximos meses mais pessoas possam começar a sofrer com esta e outras doenças psicológicas.

De acordo com a Ana Paula Ribeiro, psicóloga e especialista em neurofeedback, este é o momento de intensificar ainda mais a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde mental, já que este é um ponto que pode causar tantos riscos quanto às doenças físicas. “Infelizmente, ainda vivemos uma cultura em que muita gente acha desnecessário cuidar da saúde psicológica. É comum encontrar pessoas que acham melhor gastar tempo e dinheiro com outras questões. Principalmente agora, em que tantos passam por dificuldades financeiras e, ao mesmo tempo, possuem medo de sair de casa, o apoio psicológico profissional pode ficar ainda mais comprometido”, diz.

A especialista conta que, por outro lado, muitas pessoas possuem preocupação com a saúde mental, mas com o surto do novo coronavírus estão deixando de cuidar do problema. “O medo se tornou tão grande que elas podem evitar cuidar de outros aspectos da saúde, já que estão muito preocupadas com o coronavírus. Portanto, é preciso mostrar que é possível – e essencial – cuidar desse ponto mesmo em casa”, destaca.

Toda essa dificuldade em procurar atendimento profissional e falta de conscientização sobre tal importância pode transformar a saúde mental em uma preocupação equivalente ao coronavírus. “O isolamento social, as dificuldades financeiras, a solidão, o medo, ansiedade, preocupação e tantos outros sentimentos que se tornaram comuns nesse período podem ocasionar transtornos graves, como a depressão, doença que quando não tratada pode levar ao óbito”, alerta Ana Paula.

Portanto, o melhor caminho é buscar informação de qualidade, conscientizar a população e oferecer atendimento acessível. “Com a liberação da telemedicina pelo Conselho Federal de Medicina, todos podem buscar atendimento sem sair de casa para minimizar os impactos desse momento. A saúde mental precisa de medidas de prevenção contra doenças tanto quanto a saúde física”, ressalta.

Fonte: Ana Paula Ribeiro Imbuzeiro, psicóloga, especialista em neuropsicologia, neurofeedback.


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