O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, propôs hoje (2) que o Brasil atinja, em 30 anos, o padrão de vida existente em Portugal. “Portugal é o país mais pobre da Europa ocidental, então isso não é nenhuma tarefa impossível”, disse durante evento organizado pela seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP).
Segundo ele, se o Brasil crescer a uma média de 4,5% ou 5%, o Brasil vira Portugal em termos de indicadores sociais e econômicos. “É um prazo largo”, disse Ciro.
No evento, Ciro também falou que a política de teto de gastos públicos, instituída pela Emenda Constitucional 95/2016, impede o estado de ampliar investimentos em áreas essenciais, como saúde educação e segurança. Porém, ao mesmo tempo, segundo ele, o mecanismo mantém intocada a fatia do orçamento destinada ao pagamento de juros da dívida pública.
“O teto de gastos está servindo para tão somente uma coisa: ser a ferramenta escorchante da taxa de investimentos [públicos] que, pela primeira vez na história do país, está próxima a zero”, comentou o candidato. “Isto evidentemente condena o Brasil”.
Segundo ele, ser contra a política de teto de gastos não significa não buscar a austeridade fiscal. Mesmo criticando a emenda constitucional, ele defende que o estado não deva gastar mais do que arrecada.
“Só que não existe precedente de nenhuma nação que tenha posto [medida como essa], com status constitucional, com esta rigidez, por 20 anos, que só se pode aplicar em saúde, educação e segurança pública os críticos níveis de aplicação de [recursos de] hoje, mais a inflação [do ano anterior]”, ponderou Gomes.
Ciro concluiu o discurso dizendo que “este modelo, apesar de devastador para a economia real e para a sociedade, é extremamente enriquecedor de uma minoria de poderosíssimos interesses”.
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